segunda-feira, abril 03, 2006

1089 - Fuso

Todo o estro ao teu corpo confinado,
Sonhando dia e noite com o negro seixo
Do teu sexo, com o teu seio desnudado,
Para se servir do meu ígneo desleixo.

Rendido ao ávido desejo, apressado,
Beijo o teu pescoço e o teu queixo,
Sem poemas ou regras, arremessado,
Contra esse mágico fuso, o meu eixo.

Dilacero o teu sublime com obscenas
Palavras, se a cúpida vontade aperta,
E se não exprime no amor apenas.

Desculpa-me desse imenso que sou,
Mulher que amo, que me desperta,
Nesse corpo onde, perdido, estou.