quarta-feira, agosto 30, 2006

1158 – Para o Paulinho depois do seu enterro

Colheu-te sem emoção ou demora
A terra ao calor do estio de Agosto,
Naquela trágica e miserável hora,
Em que vi a cara acre do desgosto.

Lembro aqueles dias que são agora
Conflitos de emoções, e o teu rosto
Trancado para sempre ainda vigora
No meu peito como o deixaram posto.

Lembro o silêncio por gritos rasgado,
Eram de quem no filho tão amado
Chorava também outro que partiu.

Tudo isso se cola à minha alma,
Quando relembro o teu corpo frio
Imerso naquela pétrea calma.