911 - Soneto da cama grande
Amor, na cama grande onde nos deitamos,
Nas noites em que às voltas com o destino
Dos nossos corpos, ágeis, concretizamos
Íntimas regras do prazer de mútuo ensino.
É ela tão grande, que, quando terminamos,
Destapados, suados de tanto fazer o pino,
Em malabarismos fáceis onde rasgamos
Ébrios, o grácil encanto do sexo felino,
Se quisermos, por vermos o íntimo de nós
Violentado por secreções, pelo nu ferido,
Podemos dormir como se estivéssemos sós.
Separados sem a intimidade que adivinha
Um corpo amolecido e o outro combalido,
Dormindo pegados como uma conchinha.
Amor, na cama grande onde nos deitamos,
Nas noites em que às voltas com o destino
Dos nossos corpos, ágeis, concretizamos
Íntimas regras do prazer de mútuo ensino.
É ela tão grande, que, quando terminamos,
Destapados, suados de tanto fazer o pino,
Em malabarismos fáceis onde rasgamos
Ébrios, o grácil encanto do sexo felino,
Se quisermos, por vermos o íntimo de nós
Violentado por secreções, pelo nu ferido,
Podemos dormir como se estivéssemos sós.
Separados sem a intimidade que adivinha
Um corpo amolecido e o outro combalido,
Dormindo pegados como uma conchinha.

