1033 - Soneto do trono
Elásticas coxas num dia de Outono,
Enrolando-se em mim, hera imaterial
Da inefável e trágica cor do sono,
Essa pluma fresca, alada, matinal.
O meu corpo inteiro por teu trono,
Reina, meu amor, neste reino carnal,
Sou teu, espoja-te toda, sê meu dono,
Que vida tenho se teu não for afinal?
Égua de sonhos quentes, inauditos,
Desfalece sobre mim resfolegando
Os versos que por ti estão escritos.
Dorme depois, saciada de algum jeito,
Que mesmo dormindo estás reinando
Este súbdito deitado no mesmo leito.
Elásticas coxas num dia de Outono,
Enrolando-se em mim, hera imaterial
Da inefável e trágica cor do sono,
Essa pluma fresca, alada, matinal.
O meu corpo inteiro por teu trono,
Reina, meu amor, neste reino carnal,
Sou teu, espoja-te toda, sê meu dono,
Que vida tenho se teu não for afinal?
Égua de sonhos quentes, inauditos,
Desfalece sobre mim resfolegando
Os versos que por ti estão escritos.
Dorme depois, saciada de algum jeito,
Que mesmo dormindo estás reinando
Este súbdito deitado no mesmo leito.

