quarta-feira, dezembro 06, 2006

1173 – Secreta namorada

Secreta namorada, força e fogo efervescente,
Noites de cio, sémen, gozo e virtude,
A carne urge da vida tão urgente
Por sonho algum do meu corpo rude.

E nada há que nos impeça ou acrescente
A ânsia com que um corpo o outro ilude,
A eternidade encontra-se de repente,
Em nossas mãos que se perdem amiúde.

No reencontro, (é triste a solidão),
É na simples curvatura das tuas ancas,
Que aprendo a nunca te dizer não.

Então admiro o teu esplendor incontido,
A ti, secreta namorada de noites brancas,
Eu volto sempre mesmo sem ter partido.